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.: Entrevista - Black Alien (2010) :.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

12.10.2010

:: Exclusivo ::



O MARACANÃ DO SURF
RECEBE O ARTILHEIRO DA RIMA

Por Monique Barcellos

GUSTAVO BLACK ALIEN FAZ UMA TRIP PARA SAQUAREMA ENTRE SHOWS E A PRODUÇÃO DE “BABYLON BY GUS VOLUME 2 – A ÁGUA: MISTÉRIO IN STEREO”

O cara foi skatista amador, pega onda desde os 9 anos de idade, queria ser skatista profissional, só que a música o levou para outros rumos, basicamente, por influência do Public Enemy. Passou por uma das maiores bandas de Rap Core do Rio de Janeiro e do Brasil nos anos 90: Planet Hemp. Fez parte da primeira dupla de MCs de Niterói,  (Banda SpeedFreakS, que mais tarde virou Black Alien & Speed). Ele chegou a se autodenominar “Mr. Niterói”, e hoje está um pouco mais relax com essa coisa de alter ego. Gustavo "Black Alien" é um cara cheio de manias, porém atento às voltas que o mundo dá. (Fotos: Barrinha/ Itaúna- Saquarema - RJ).


 
 "Voltar a andar de skate tá me dando minha autoestima de volta, devagarinho." (Black Alien)



BUSCA POR NOVOS RUMOS

 
A entrevista aconteceu durante a Seletiva Petrobrás de Surf Masculino, dia 16 de setembro. No meio de um bate-papo, entre amigos, em uma pousadinha “secret point”, só da galera do surf e da malhação, com muita risada, rock’n roll no violão e relax na bagagem. Saquarema não poderia estar melhor! Campeonato de Surf rolando, altas ondas, muito Sol e novas energias.
Atualmente Black Alien segue preparando o segundo disco solo, com muitas surpresas. Comenta produções e participações em “Babylon By Gus Volume 2 - A Água: Mistério In Stereo”, com lançamento parcial previsto para Dezembro. Gustavo Black voltou a andar de skate, a curtir os eventos Expression Session. E também ganhou uma prancha de presente de um amigo, resumindo: está de volta nesse universo. É um big rider da música no Brasil e também considerado um grande talento pelo mundo. Este ano ele abriu dois grandes shows de artistas internacionais pelo Brasil: Do cantor jamaicano Eek-A-Mouse e do rapper americano 50 Cent.
Nesse clima, o “Maracanã do Surf” recebe o Artilheiro da Rima. Os assuntos mais trágicos tiveram um tom menos pesado, até reconfortante. Os assuntos alegres tiveram clima de amizade e besteirol. Confiram as manobras radicais dessa entrevista com Black Alien, no melhor pico Paz e Amor!



ENTREVISTA – BLACK ALIEN

Monique Barcellos – Na nossa primeira entrevista, feita em 2006 (Programa SOM DE RUA), você afirmou que pega onda desde os 9 anos de idade, queria ser skatista profissional, só que a música te levou para outros rumos, basicamente, por influência do Public Enemy..

Black Alien – Ué, mas na época quando você me perguntou da música eu te respondi que era por causa do Public Enemy mesmo? Caramba, então, pô eu não sou caô não, né. Nem pra mim mesmo. Porque, tipo, tem umas entrevistas aí que eu to relendo ultimamente, por causa de disco novo - a gente vai dando umas relidas, e tal – e a resposta cai sempre a mesma: Public Enemy. Legal... Então não tô mentindo nem pra myself, né, tô indo bem. Então tô mentindo só pra vocês! Há-há-há-há!

MB – (Risos) Ultimamente você voltou a andar de skate. O que fica de influência do skate na sua vida?

BA – Falando sério agora. Voltar a andar de skate tá me dando minha autoestima de volta, devagarinho. Eu tava sem disciplina pro trabalho, pra escrever, tava bebendo um pouco demais, e tal. Voltei a andar de skate porque um amigo meu ficou indignado de chegar lá em casa e ver que tinha teia de aranha no meu skate. Então eu voltei a andar assim, na pressão dos amigos do bem. E passei a andar de skate, de madrugada, descer as ladeiras perto de casa, em Niterói, os picos que eu ando desde moleque, sozinho mesmo. Às vezes com um amigo de carro escoltando. Começando a de repente perder peso, ganhar peso.. Passei a fazer menos balada, até porque tá gastando aquela energia física, e tal... E pegando a autoestima de volta, quer dizer, começando a melhorar fisicamente.

MB – E como isso está se refletindo na sua música? Também está refletindo de outra forma?

BA – Tá refletindo de uma forma diferente, assim... Os versos estão vindo mais condensados. Eu tenho muita coisa acumulada de verso, muita coisa mesmo! Que eu já tenho há muito tempo, assim. E... (Black Alien levanta e desliga a TV).

MB – A entrevista não vai sair em áudio, vai sair escrita...

BA – I’m no television set, and I’m no television crazy. So, kill your television. (Bom, ela não vai ser revolucionada mesmo...). Bom, continuando: eu acho que tem muito material já, não tem nada que ser escrito. Tudo que eu tenho que fazer - como eu já venho fazendo - é focar, colocar no papel e gravar, o que eu já tenho feito. Tenho metade do disco pronto... Só que eu tô mais focado no rock’n roll, em aprender instrumentos musicais, em aprender o que é nota musical, o que é Fá, o que é Ré, o que é Dó, o que é Si, o que é Mi. Pra poder dialogar com gente que entende de música de verdade, aprender o que é música brasileira, que eu não sei praticamente nada. Enfim, perder o pré-conceito com outros estilos musicais, e entender mais amplamente a música, que é uma coisa muito mais ampla do que o Hip Hop, do que o Rap... Que é um gênero mais... Assim, vamos dizer... Caçula do mundo, né, cara. Porque o Rap nasceu nos anos 70, então vamos dizer que é o gênero mais caçula que tem. Eu tô tentando ficar mais humilde, baixar minha bola, resumindo (Risos).

MB - Falando de influências para compor as letras, você afirmou que se inspira em filmes de máfia para fazer música, que 90% das suas letras vêm de filme. Influência pra fazer som ainda vem de filme?

BA - Os mandamentos de Don Vito Corleone, né cara, que é um personagem de ficção, mas que é baseado em muitos mafiosos que não precisam ser italianos, né. A gente tem “Vitos Corleones” aqui no Brasil, e tal. São coisas que já estão encalacradas, são coisas que eu já aprendi, são anos que eu já passei, entendeu? Já tirei férias, com honra ao mérito. E filmes de samurai, que eu gosto muito também, a gente tá sempre aprendendo. Com esse negócio de skate... Tô vendo muito filme de surf, e vendo também que é um tipo de máfia. E ser skatista é ser meio samurai. E ser surfista é ser meio samurai também, tá ligado? Você é meio caminho do samurai, é meio que por aí. Hustler TV também tá punk! (Risos). Ah, gosto muito da TV Senado, por incrível que pareça (Risos). Vejo geral de tarde ali, igual um maluco, igual um velhinho aposentado...

MB – Na variedade de temas das letras, como política, ficção, rua, além de letras de amor... Por acaso existe entre esses temas, o que você se sinta mais à vontade e o que você sinta uma necessidade de abordar?

BA – Boa pergunta. Eu acho que se sentir à vontade de falar... Eu acho que é normalmente só besteira. Normalmente o que eu me sinto à vontade de falar é o que eu quero falar na hora, não tem necessariamente um tema. E normalmente é um pouco disso aí tudo, assim.

Agora necessidade de falar é política, por uma questão de indignação. Por uma questão de você ter acesso a uma informação que o povo brasileiro não tem. Porque você vê o povo levando na cabeça e, às vezes até agradecendo. Então eu fico angustiado e aquilo me dá uma necessidade de falar. De amor... Eu não tenho uma necessidade de falar... Eu acho bom falar, assim, dá prazer falar. É diferente. Vamos dizer que dá tesão falar. Dá prazer.

E o outro dá como se fosse “Eu tenho que falar”, de política, como se fosse um missão. Amor também acaba, de certa forma, virando “Eu tenho que falar”, porque o mundo precisa de amor também. (Risos) É bem louco o negócio...

MB - Seu disco novo está em fase de produção. É considerado por muitos, uma das obras mais aguardadas da cena independente, com previsão de lançamento para dezembro deste ano. O título ainda é “Babylon By Gus Volume 2 – A Água: Mistério In Stereo”?

BA – Ainda é, cara. Só que vem com 6 faixas agora. Porque... Hum... Vou até rimar: Vem com 6 faixas agora, porque senão minha úlcera “estóra”. É... (Risos). Então são 6 faixas assim, bem bonitas, a gente escolheu bem, fizemos com muito carinho. Duas falam de surf e skate, uma fala de política e 3 falam de amor. Então essas 6 faixas saem no dia 1º de dezembro. E saem sem “Identidade” e “Homem de Família”, que já estão no site, no Myspace e tal. Essas faixas a gente talvez lance quando tiver um disco grande, ou não... E as outras 6 faixas a gente pretende lançar meio que, no início do Carnaval.

MB – E a segunda parte, essas do Carnaval, é o mesmo título, tudo? É uma continuação...
BA – “BABYLON BY GUS VOLUME 2 – A ÁGUA”, mas não é “Mistério In Stereo”. Talvez seja “Planeta Cocô”... Porque “A ÁGUA”... Bom, minha sobrinha, os filhos dos meus amigos todos adoraram o título. Porque o disco é pras crianças, né. Como sempre.

MB – E o processo de gravação, tem participações? Como tá?

BA – Dessa vez eu quero chamar gente que rima – que no outro não teve ninguém que rimou nem cantou. Todas as vozes do disco anterior fui eu que fiz. Só teve um verso que eu dividi com um falecido amigo, Carlos Caetano. Nesse disco quero dividir versos com MCs, compositores e letristas que eu gosto. Agora, são pouquíssimos também, porque tem muita coisa pra falar. E eu quero vozes femininas, e quero corais de crianças. E isso tudo, na verdade, já foi de certa forma gravado. Quero muita criança no disco, porque como eu disse: o disco é pra criança e eu quero evidenciar isso um pouco mais e... Os mesmos amigos, praticamente todos do disco anterior, Pupilo (Nação Zumbi), Bi Ribeiro (Paralamas), Bidu Cordeiro (Paralamas)... Mais gente, cara...


MB – Bnegão??

BA – Bnegão, cara, o Bernardo... É porque a gente é tão irmão, mas tão irmão, é um coisa tão óbvia... Uma coisa tão univitelina, que é só quando chegar a hora. Entendeu? Mas a gente não tem nada marcado. Agora tem pessoas que vão cantar no disco. O Kamau, um MC de São Paulo que anda de skate, que é meu camarada vai cantar. O Manu Chao vai cantar. E pessoas que ainda não fechei, que eu não posso falar... E vozes femininas, e corais de crianças, isso aí com certeza.

MB - Em maio você disponibilizou três faixas na Internet (Myspace). No caso, você disponibilizou, mas não teve lance de download. Qual a sua visão na questão de downloads?

BA – É. Não teve lance de download. Sabe por quê? Eu acho o seguinte: é bom você ganhar dinheiro no show... E você não ganhar dinheiro pela música? Porque dá um trabalho du caralho, você faz aquilo com muito carinho, você trabalha, compõe, pensa. Você enfrenta um papel em branco e constrói um poesia em cima daquilo ali, em prol do bem das coisas. Porque se eu quisesse dinheiro eu teria outro emprego, e não emprego de poeta, nem de MC. Seria empresário, político, ou qualquer outra merda, né. Mas o negócio é o seguinte: as músicas não estão disponibilizadas pra download porque elas não estão prontas, então às vezes eu acho que minha voz tá ruim, o Basa (produtor musical Alexandre Basa) acha que o piano tá ruim... A gente é perfeccionista e acha que não é pra baixar desse jeito. Mas tá tranqüilo, assim que tiver do jeito que vocês merecem ouvir, artisticamente, vai tá lá... Pode pegar à vontade, POR FAVOR, aliás.

MB – E essa idéia da base da “Sua Cara Encontra a Mão”, que vocês fizeram outra base, uma base diferente, né...Como é que foi a história (Risos)?

BA – É porque eu vi o filme (Risos), o filme do Biggy (Notorious B.I.G.). Eu não tinha visto. E o Biggy morreu numa treta com Tupac, né. São dois ídolos que gente perdeu, são dois gênios, aliás. Um com 24 anos e o outro com 25... Porque, coisas que armaram pra eles, que um falou, que o outro falou, e tal. E, porque eu vi o filme do Biggy e chorei muito durante o filme... Pô, cinco negão, cheio de barba, cueca aparecendo, um bando de dreadlock, chorando igual um bando de bebê, naquele filme do Notorious B.I.G. E aí, no dia seguinte a gente fez um remix da música “Sua Cara Encontra a Mão”, só que, homenageando Tupac Amaru Shakur. Um remix com pianos Califórnia e com os arranjos Califórnia ali, depois que vimos um filme do Biggy, então a gente quis dizer: “Pô, que porra é essa, amigo?”, entendeu?
“Que história é essa, que vem de cá, vem de lá, que caozada é essa?”, né. Então tá aí o remix aí “Sua Cara Encontra a Mão (Amaru Shakur - Special Remix)”, much pride! É isso.

MB – Então, agora a gente vai entrar num assunto um pouco menos ameno... Vamo lá. Há alguns meses, mais precisamente...

BA – Boa.

MB – Na madrugada de 27 de março (Sábado)... Toda classe artística e os fãs de Speed, se vêem abalados com sua morte brutal. Vocês formaram a primeira dupla de Rap de Niterói. Você cuida para que o emocional não afete suas produções... Ou é inevitável...?

BA – (Longo suspiro) ... O disco estava em plena produção quando isso aconteceu. E o disco só tá voltando à produção há um mês atrás, porque agora é que isso foi absorvido... Então abril maio, junho, julho, agosto. Cinco meses pra isso ser absorvido e... E absorvido de várias maneiras... E... Agora as coisas estão voltando ao normal, de uma forma esquisita ainda, mas, tá todo mundo ainda meio... Meio... Sei lá...

MB - Abalado...

BA – É.

MB – E você gostaria de deixar algum comentário, alguma recordação, que represente essa história, com o Rap Nacional, como dupla...

BA – Bom, Rap Nacional, não sei. Mas eu acho que Rap Nacional e uma parada... Micro, em relação ao músico, ao gênio musical que a gente perdeu. Uma personalidade... Esquizofrênica, talvez, mas um GÊNIO musical. De uma genialidade musical infinita, a gente perdeu. Foi uma perda como a casa do Hélio Oiticica ter pegado fogo ali...

MB – E gostaria de deixar alguma passagem, alguma coisa que remeta diretamente, ao fato: “Pô, esse cara... Isso faz ele ser ele!” entendeu?

BA - Ele costumava dizer que... Bom: “Pelo meu som, eu saio na porrada!”.

MB – E depois do ocorrido, você, Bnegão e Marcelo D2 se reuniram no palco do Circo Voador...?

BA – Não, eu só subi lá porque me chamaram e disseram que eles dois tavam no palco. E como eles dois não se falavam há 5 anos eu fui lá no palco, chamei os dois num canto, e disse que se os dois viados saíssem na porrada, eu ia meter a porrada nos dois. Eu só fui lá pra os dois não saírem no tapa, igual duas bichas. Só fui lá pra cuidar deles.

MB – Só que a partir daí surgiram mais especulações sobre a volta do Planet Hemp, além das mobilizações de fãs pela Internet, falando “Volta Planet, volta Planet! (Risos). Os caras se reuniram no Circo, vai ter show do Planet!”... O que você pode, pela sua visão, interar ao público sobre esse assunto? Porque criou muito barulho na galera, por causa dessa reunião...

BA – Isso tudo... Isso tudo é dinheiro, tudo no final é dinheiro. Toda turnê de volta, sempre no final é dinheiro, como Sex Pistols, como qualquer coisa. E isso é ótimo, ou não. Mas vem um filme sobre a história do Skunk por aí, por exemplo. E eu acho que pode ser que tenha alguns shows do Planet de volta de novo ou não. Uma curta turnê de volta ou não, meio que junto com o filme ou não, antes ou depois... Assim, mas isso ninguém tem certeza, isso tem que ser conversado com todo mundo.

MB – Da sua parte...

BA – Reunir... Da minha parte eu... O que eu posso dizer...
É uma coisa que pra mim foi uma época muito feliz, assim! É... (Gargalhadas)

MB – Parabééaans! (Gargalhadas)

BA – (Risos) Entendeu? Pra mim foi ótimo! Seria muito bom reviver isso e ver um bando de maluco com os dreadlock grisalho, entendeu? É... (Risos) com aquela mesma camisa cheia de buraco escrito “Planet Hemp” lá...

MB – Pulando com mais 20 quilos, né...

BA – É, com os filhos de mão dada, aliás, com a carteira falsificada lá dentro, cantando os mesmos refrões, eu acho que seria uma maravilha. Mas, eu gosto de tocar muitas músicas do Planet. Eu, o Zé (DJ Zegon) e o Bernardo, a gente tem um show chamado RE-UNIÃO, e que o Zé Gonzales abre, com o set dele que é matador. Bernardo canta o show dele, eu entro cantando meu show... E no meio do meu show Bernardo entra e canta no meu show comigo, e ficamos nós três. (Foto: Myspace Black Alien). E algumas do Planet a gente canta, a gente vê as pessoas entrando praticamente em transe, e a gente também meio que entra em transe, assim. Mas isso não é a banda, isso não tem Rafael, não tem Formigão, não tem Marcelo (D2). Então não sei se com Marcelo, com a banda vai ter esse transe, como é que vai ser isso aí, mas... Mas toda turnê, essas coisas (Risos) assim, a gente nunca sabe o que vai dar... Mas eu espero que, se tiver, que dê tudo certo.

MB – Se tiver você tá dentro então...

BA – Olha, eu acho que... Eu acho que se tiver, eu não sei... (Risos)

MB – (Risos) Então, a gente tá produzindo essa entrevista em Saquarema, Capital Nacional do Surf. Trabalhando e, ao mesmo tempo você está tendo oportunidade de sair um pouco do turbilhão, das suas paradas...

BA – Agora tá dando pra voltar um pouquinho... Né?

MB – É! ... E curtir as ondas, fazer role de skate, podendo se divertir um pouco no meio desse tsunami... Gostaria de deixar considerações finais sob essa ótica? O momento hoje, em Saquá? O momento presente. Presente e sorridente.

BA – É muito bom peidar, rir com os amigos, ficar quietinho, no sapatinho, tipo... Tocar violão, comer pizza com a mão, rir, ligar televisão... Desligar, tomar um choque no chuveiro. Ver um campeonato de surf e ficar incógnito de vez em quando... Comprar uma cervejinha ali no botequim com as vassouras penduradas no teto, morô? Descansar um pouco a alma dessa Babilônia que é qualquer coisa que envolve dinheiro. Música no final, sempre envolve dinheiro também. E lembrar quem sou eu também. Porque minha vida ás vezes foi outra, entendeu? Minha vida foi acordar de manhã, pegar onda, chegar em casa almoçar, dormir um pouco, pegar o final de tarde, pegar onda de novo, tomar duas caipfrutas, entendeu? E dormir... Acordar de manhã a mesma coisa... E agora, pô! Só tomo banho de lua... Então de vez em quando é bom tá aqui em Saquarema e é isso. Ficar na minha, cada um ficar na sua. Valeu! Paz!

MB – Mais alguma coisa?

BA – Acho que não, chama Raul pra tocar um violão! (Risos)

***

:: Contato ::
Myspace - Black Alien


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3 Comentários

  1. otima entrevista , climao trankuilo ke nem parece reporter , muito bom

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  2. xd black alien um profeta eloquente com frases pequenas com muito significados!

    dramatico ou cultural nao sei si somos servo mas ele nao se curvou sobre a ditadura da midia i teve jogo de centura pra escapa do veneno das produtoras.

    ResponderExcluir
  3. Genial Monique, como sempre vc consegue transmistir a alma do entrevistado

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